claudemir pereira

Trajetória (e metas) do santa-mariense que irá presidir o Tribunal de Contas do Estado

Claudemir Pereira

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Reprodução

Até onde vão a pesquisa e o bestunto do escriba, a região teve dois presidentes do Tribunal de Contas do Estado: o sepeense João Luiz Vargas e o santiaguense Marco Peixoto. Santa-mariense, porém, Estilac Xavier é o primeiro. Ele assume, e deverá cumprir dois anos na função, em 9 de dezembro.

Nesta semana, respondeu a duas perguntas do colunista. Suas respostas dão bem a medida de quem é esse que, dada a importância crescente do TCE na vida dos agentes públicos, especialmente políticos, tende a ser bastante observado.

Eis as questões. E as respostas:

Colunista - A presidência do TCE tem que significado no contexto de sua trajetória pessoal e política iniciada na UFSM, passando depois por mandatos sucessivos de vereador na capital e deputado estadual?
Estilac Xavier - Me formei em Engenharia Elétrica pela UFSM e foi nela que iniciei o meu curso de Direito concluído, posteriormente, na UFRGS. Sem pieguices, se não fora termos uma universidade pública, gratuita, eu, como milhares de outros brasileiros, não teríamos a formação para chegar, no caso, ao Tribunal de Contas do Estado.   

Por isto, defendi e defendo o ensino público e, neste contexto, a universidade pública, democrática, gratuita e de qualidade. Então, o significado é que sem esta universidade minha trajetória seria outra, e sem a formação democrática forjada na luta contra a ditadura militar, não teria construído minha trajetória política; não de mandatos, mas de vivência no serviço público, suas virtudes e seus dilemas, que me prepararam para a função de conselheiro depois.

Colunista - O que o senhor tem como meta (ou propósito) na presidência do Tribunal?
Estilac Xavier - o momento político é crítico e grave. A ação do mandato, nos limites das atribuições de presidente de um órgão colegiado, será de defesa intransigente do respeito à Constituição, do serviço público de qualidade para os cidadãos, de ampliar a participação da sociedade no controle social estabelecido em lei, ampliar o máximo possível o acesso da sociedade e do cidadão ao tribunal, defender as prerrogativas da magistratura para que possa com independência, submetido à Constituição, exercer suas atribuições tendo o controle público e social como basilares para uma sociedade democrática (ditaduras e regimes de exceção não suportam fiscalização eficaz).  

O trabalho dos auditores públicos e demais servidores é implementar o sistema de responsabilização dos gestores e todos os que são responsáveis pela guarda do dinheiro público. Isso será mais eficaz pela antecipação a danos e erros, e mais eficiente, porque agirá a tempo, auxiliando os administradores e lhes dando mais segurança jurídica. 

Abre a temporada de regabofes político-eleitorais
Domingo passado, o festerê no Salão Paroquial de Santa Terezinha, no Distrito de Palma, com a presença, segundo os organizadores, de 700 pessoas, reuniu provavelmente um número de deputados jamais antes visto por aquele povo. Talvez, aliás, isso nunca mais ocorra. Lá estavam os deputados estaduais Valdeci Oliveira e Edegar Pretto e o federal Paulo Pimenta. Todos festejavam o aniversário de Luciano Zanini Guerra. 

Com todo respeito ao vereador do PT, muito querido em seu meio, mas dificilmente tanta gente (e tantos graúdos, petistas ou não) iria lá apenas para abraçá-lo. A óbvia conotação política, evidenciada pela pré-candidatura a prefeito de Guerra, garantiu tamanha e tão significativa afluência.

Mas, atenção, leitor: o regabofe em torno do edil é só a abertura da temporada político-eleitoral-gastronômica. Muitos outros ágapes de custo baixo (são por adesão, mas baratinhos) virão por aí. E vários aniversários serão comemorados, de todos os naipes ideológicos, até o limiar do pleito municipal.

Vai que a população seja boba, né?
Sobretudo no Estado, mas, observando bem, acontece igualmente aqui na comuna. O que? Uma hipocrisia que, imaginam os políticos, e até alguns apostam nisso, passa ao lago do olhar da população.   

Exemplo? Não é raro o MDB fazer-se de brabo e contrariado com o governo de Eduardo Leite. Mas não se tem notícia do interesse da sigla em largar, para ficar no cargo mais vistoso, a pasta de Transportes, ocupada por Juvir Costella, um emedebista.

Mais ou menos como ocorreu, diga-se, com o PSDB, que só deixou o governo de José Ivo Sartori (e ainda assim teve quem se pendurasse nos cargos) no final do penúltimo ano de mandato. Então, os tucanos, com Lucas Redecker, mandavam nas Minas e Energia.

Sim, não há santos aqui. E os outros partidos, salvo os de sempre, e que nunca estiveram no poder, também imaginam que a população seja boba. Vai que seja, né?

LUNETA

SÓ TRÊS NOMES
Pelo menos seis siglas conversam entre si: Cidadania, PDT, PC do B, PSB, PTB e PV. Ainda que muitos considerem prematuro, a ideia é formar um "chapão" para o qual só não estariam convidados, por interesses conflitantes, PSDB, MDB, PP e PT. Vaticínio claudemiriano: podem papear à vontade, mas desse grupo, só há três nomes viáveis de candidatos a prefeito: Fabiano Pereira (PSB), Marcelo Bisogno (PDT) e/ou Werner Rempel (PC do B). E ponto.  

SE FARDANDO
São fortes os indícios, com cara de certeza inclusive, que o ex-prefeito de Mata nos tempos daqueeele MDB, Ruy Gabriel, está se fardando outra vez. Veja só se o colunista não tem razão. Nesta semana, sobrou bordoada política de Gabriel para "as péssimas administrações nos últimos anos". A elas o militante creditou a dificuldade de Mata se qualificar para seguir município, diante da proposta restritiva do governo Bolsonaro. 

MDB NA REGIÃO
Anderson de Lima Pulhese, Secretário de Administração em Dilermando de Aguiar deve ser eleito, talvez até por aclamação, como novo Coordenador Regional do MDB. A assembleia para isso acontece na manhã deste sábado, na Câmara de Vereadores de Itaara. Pulhese substituirá o santa-mariense (e assessor do deputado federal Marcio Biolchi) Marcelo Acosta, que ficou no cargo nos últimos quatro anos. 

PERGUNTINHA
Sobre o Hospital Regional, alguém tem ideia de como serão contratados os funcionários para atender os leitos que serão, segundo o ministro da Cidadania, Osmar Terra, abertos "no início de 2020"? E, sem querer pretender garantir o monopólio da chatice, mas alguém aí tem ideia de quantos técnicos, enfermeiros, escriturários, higienizadores, servidores administrativos etc serão necessários? 

PARA FECHAR
Não obstante os desmentidos, muito próprios do ambiente futebolístico, segue insistente o trololó. Por razões sempre insondáveis, Osmar Terra estaria na corda bamba e poderia voltar à Câmara de Deputados - de inhapa desalojando o suplente Darcísio Perondi. A questão é, nessa hipótese, como ficariam os quatro santa-marienses nomeados e acolhidos por Terra. No caso, e por ordem alfabética, Cezar Schirmer, Gustavo Saldanha, Ricardo Bassi e Roberto Fantinel.


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